Ó, juventude minha
Que me deixas para trás
Maldito tempo em linha
Que nesta existência se faz.
Quero concretizar tudo
E ainda ter tempo para nada
Mas contemplando os sonhos do futuro mudo
Vejo instalar-se uma nova madrugada.
Ainda na flor da idade
Sinto um desgosto de terminar inacabado
Invariável fim que não cede à curiosidade
Abrindo os olhos, amanhã serei um velho desgastado.
Milhares de milhões de livros para ler
Mas sem olhos suficientes para os admirar
S (...)
Eu cá, quando for grande
Quero continuar a ter férias grandes.
Acabam depressa e são de aproveitar.
É Verão. Por onde começar?
Passas o dia na praia
Com as gaivotas a cantar
Enquanto se reza para que o castelo de areia não caia.
Sentes o beijo das ondas a tocar-te nos pés
Que te chama para brincar na liberdade do reino de Neptuno.
Lavas-te entre risos e molhadelas geladas de lés a lés
Até contemplares o sorriso do céu nocturno.
Há tanto tempo que (...)
Imutável tecido que vai sendo tricotado,
Espelha muitas formas e cores,
Obedecendo apenas às suas normas,
Provocando dores.
Muitas memórias vai espelhando,
Através das histórias que vai contando
E deixando para trás.
Assim, plácido, fica cada vez mais comprido,
Acompanhado da intensidade dos sentimentos,
Sempre enigmático gera lamentos,
Naqueles que não sabem aproveitá-lo,
Que lhe mostram semblante antipático.
Quer gostemos ou não, ele fá-lo:
É o (...)