Chega de Fascismo!
Guerra é paz
Liberdade é escravidão
Ignorância é força
Estes é o lema do Grande Irmão, o ditador da distopia orwelliana.
De George Orwell em 1984
Eles andam por estes lados outra vez
À superfície, conspirantes, a disseminar
Promessas que tresandam a embriaguez
De sonho, mudança e glória sem par.
Outro grito, outra garantia de amor
Escondem uma abjecção decrépita e velha
Não vês que eles se servem da tua dor?
Não te dás conta do lobo vestido de ovelha?
Antes do covid já havia uma pandemia
Que está quase a tornar-se uma calamidade
Empurrada pela revolta e pela agonia
De quem sente a falta de uma oportunidade.
Tudo é para o povo sem o enganar
Ao creres nisso, vão-te atando sem veres
O pior é quando a alcateia te devorar
E tu, emboscado, já não te mexeres.
Passam a vida a louvar a raiva e a exclusão
O que te faz pensar que o extremismo é teu amigo?
Porque insinuariam, se não fosse ilusória a devoção,
"Gosto de ti se fores suficientemente parecido comigo"?
Muito choro, injustiça e violência
O mundo está e sempre estará fodido
Queres que te oiçam, alguma decência
Eu sei, mas não nos espalhes ao comprido.
Antes um, agora são doze no parlamento
Que nos apontam uma pistola à nuca
Daqui a nada, são um regimento
Peta após peta, a democracia caduca.
A História é cíclica
Agora há, em muitos aspectos, um paralelismo
Ninguém esperava a polícia política
Nem os encontros proibidos pelo nacionalismo.
Hitler foi eleito democraticamente
Usando os métodos dos congéneres actuais
De que serviram as lágrimas que o mundo sente
De Anne Frank e tantos outros que tais?
Ainda vamos a tempo de assentar o nosso poder
Lê nas entrelinhas do que diz o fantoche maníaco
Eles adulteram os bons costumes para te embrutecer
É hora de os gatos gordos terem um ataque cardíaco.