Diário
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Eu cá, quando for grande
Quero continuar a ter férias grandes.
Acabam depressa e são de aproveitar.
É Verão. Por onde começar?
Passas o dia na praia
Com as gaivotas a cantar
Enquanto se reza para que o castelo de areia não caia.
Sentes o beijo das ondas a tocar-te nos pés
Que te chama para brincar na liberdade do reino de Neptuno.
Lavas-te entre risos e molhadelas geladas de lés a lés
Até contemplares o sorriso do céu nocturno.
Há tanto tempo que não tinhas tempo
E agoram vieram as férias grandes
Fora da escola, espera-te o desejado momento
Cheio de gelados, refrescos e sestas incessantes.
Os mimos na casa da avó, sempre cheia de chocolate
E sumo de fruta natural.
Tudo isto faz parte
Do prazer de não cumprir deveres
À chegada do Verão doce, como a sua calma matinal.
A criatividade floresce
E a criança cresce
Imersa no direito que não pode ter
É simplesmente lindo observar
O desdobramento genuíno do Ser.
Podes ser um super-herói
Ou um supervilão.
Sê quem sói
Passar à acção.
Que tal viajar pelas estrelas?
Ou correr o mundo como agente secreto?
As infinitas criações, toda a criança sonha tê-las
E graças às crianças, nunca o divertimento foi tão completo.
Um revigorante e simples passeio de bicicleta
Também vem mesmo a calhar.
Não temas a seca aberta, porque...
É VERÃO!
Com o que vais sonhar?
Para mim, um dos melhores conselhos para vencer a página em branco é escrever qualquer coisa. Qualquer coisa serve. Algo simples, espontâneo ou até mesmo aleatório como: "o porco escocês azul comeu o armário de morangos". O importante é desbloquear a fluidez, pondo o cérebro a carburar. Eu não publico regularmente há meses e, como tenho preguiça de ir buscar a minha lista de ideias, assim segue este texto ao sabor do vento: sem planeamento, sem um objectivo específico... talvez se transforme apenas no depósito de pensamentos que a vida não me permite descarregar tão amiúde como gostaria.
O que contam vocês? Bem, só com um a falar é difícil ter uma conversa. Não estou com disposição para uma introspecção e também não quero falar da actualidade. Já há tanta gente a fazê-lo. Para quê mais um? Para quê nesta altura em que estou numa de dolce far niente? Estou de férias e já me fartei de pesquisar para os meus trabalhos, por isso, vou cortar este impedimento à espontaneidade e deixar as grandes questões do nosso tempo a quem se interessa por elas agora. "Mas, Olavo, a actualidade é importante para sabermos com que linhas nos cosemos." Sem dúvida e não há nada a argumentar contra esse facto, mas se virmos bem, o mundo já sobreviveu a duas guerras mundiais - fora outras catástrofes de destruição massiva - portanto, só uns dias de folga da humanidade não devem fazer muita diferença. Além disso, se rebentar a Terceira Guerra Mundial ou outra desgraça com uma magnitude parecida, será impossível não saber dela. Ninguém cai numa cratera por não a ver.
Assim sendo, que se dane a actualidade: a política, o futebol, os crimes (onde a política também se inclui), os parentes de 2019 da "Casa dos Segredos", entre tantos outros assuntos que geram incontáveis chatices. Acrescento que descansar não é só tirar férias da faculdade e do mundo, mas também de mim próprio. Eu que me dane! Ou melhor: parte de mim. Preciso da metade positiva e funcional, caso contrário, não usufruo do descanso nem deste texto. Dipenso, então, as instrospecções detalhadas e sem saída. Se estou a escrever algo sem rumo, que seja leve. Não seria justo da minha parte desejar descansar e depois bombardear-vos com tagarelice chata da mente. É possível que isto não seja muito mais interessante, mas ao menos não é nada de jeito, que é o que vem mesmo a calhar nas alturas em que abunda o tempo livre: cenas sem jeito nem maneira que não servem para rigoramente nada. Não são úteis nem educativas de forma alguma, porque se eu quisesse ser produtivo agora, não estava de férias.
Só com palha já enchi quase uma página e vocês continuam a ler isto. Das duas, uma: ou estão muitíssimo entediados ou gostam mesmo de tagarelice sem pés nem cabeça. De qualquer maneira, sinto-me lisonjeado por preferirem esta divagação à omnipresente actualidade. Também estão de férias e adoptaram a minha filosofia, ou vieram à procura de entretém enquanto o marido se arranja, ou a esposa acaba de contemplar cada centímetro do maquinão novo? Eles podem demorar um bocado e eu não sei se consigo encher chouriços durante muito mais tempo. Desenrasco-me a inventar, mas calma lá.
Já experimentaram gritar: "a comida está pronta!"? Dão-lhes uma barra ou um jajão, como se diz hoje em dia. Talvez o seu apetite fale mais alto e ele largue o raio da maquilhagem e ela o maldito carro. Assim já podem parar de me aturar. Não, esqueçam. Não se dêem ao trabalho, não vale a pena. Dá tanta preguiça levantar o rabo da cadeira e de certeza que continuar à procura de parvoíces engraçadas na internet sabe muito melhor.
Enfim, já me cansei. Podia esforçar-me para arranjar uma conclusão decente e bem pensada, mas... eh, pá, não me apetece!