O The Write Practice é um sítio fundado por Joe Bunting, o qual é um escritor que criou esta mina de ouro para qualquer amante das palavras que, deseje brotar no mundo editorial com qualidade, ao mesmo tempo que melhora as suas competências. De vez em quando surgem palestras via internet, no sítio há 1716 artigos e exercícios sobre escrita criativa e a comunidade é bastante unida, dado que os seus membros estão constantemente a apoiar-se de forma mútua ao publicar textos seus e ao receber opiniões dos outros membros sobre os mesmos.
Já li alguns artigos e já assisti a uma palestra e devo dizer que estou bastante satisfeito, portanto, recomendo-vos vivamente que dêem lá um saltinho! Ainda que não queiram tornar-se em escritores profissionais, podem sempre aprender imenso e melhorar o vosso trabalho na mesma.
Na semana passada houve um desafio proposto a todos os onze milhões de membros da comunidade: durante uma semana era necessário escrever, no mínimo, mil palavras. Podíamos escrever o quer que nos ocorresse: um capítulo de um livro, um conto, um poema, um evento da vida real, entre outros. Tínhamos era de chegar às mil palavras. Eu cá, que adoro desafiar-me sobretudo em relação à escrita, aceitei o repto de imediato.
No início foi, de facto, difícil, pois não estava habituado a escrever tanto por dia e, muito menos, por semana. Contudo, a sensação que retirava de todas as vezes que me sentava à secretária, fosse para redigir no papel ou no computador, era magnífica, entusiasmante e tão libertadora! A vontade de me envolver na minha criação e de me deliciar com ela estava mais activa do que nunca e, quanto mais escrevia, mais queria continuar, porque a adrenalina também alimentava a paixão.
Com o tempo foi sendo cada vez menos cansativo atingir o mínimo proposto pelo desafio, o que provava que o objectivo deste - forjar um hábito de escrita sólido e produtivo - estava a ser atingido. Só falhei um dia e, mesmo assim, quase lá cheguei. É tão triste morrer na praia!
Embora tenha faltado ao compromisso uma vez, aprendi uma boa lição. Naquele dia o entusiasmo tinha caído um pouco; isto porque no dia anterior havia tido um bloqueio horrível durante a maior parte do tempo e só havia desemburrado mais para o fim. Tal deixou-me algo ansioso, estado que tenho de começar a evitar nestas situações, dado que é suposto divertir-me e não ficar afectado de maneira negativa por elas.
Às vezes apercebia-me de que estava a pensar em escrever, não por gosto, mas sim por querer cumprir o desafio. A questão é que, apesar de ser bom desfrutar de uma tarefa nova, não devemos permitir que esta se imponha à nossa diversão e à nossa saúde. Mais importante ainda: é necessário levar em conta que não há ninguém melhor que nós para estabelecer o nosso mínimo, reflectindo assim em que patamar estamos preparados para alcançar.
O das mil palavras parecia-me perfeito e consegui, inclusive, ultrapassá-lo na maioria das vezes; no entanto, como o quinto dia fora bastante cansativo a nível mental devido às minhas sucessivas tentativas de desenvolver um texto fluído, no sexto não tinha uma vontade tão enérgica de escrever, pois sentia que precisava de me desligar daquilo durante um tempo. Mais uma vez, lá para o fim consegui desenrascar alguma coisa com a pica novamente no auge; contudo, a meia noite chegou antes de que me pudesse salvar, ficando desta forma com 949 palavras. Mais um parágrafo e tinha-me safado.
Aprendi que dedicarmo-nos ao de que gostamos é tão importante como reconhecer limites e apreciar a diversidade. Nem sempre estamos a 100% para dar o nosso melhor e não faz mal de quando em vez não ter disposição para aquilo, considerando que, enquanto seres humanos, possuímos gostos vários. Isso não faz de nós - neste caso escritores - obrigatoriamente preguiçosos ao contrário do que eu pensei de mim próprio naquele dia.
A meta principal já foi alcançada. Ainda que o desafio já tenha acabado, tenho escrito todos os dias. Não necessariamente mil palavras, mas o que importa é não parar de exercitar o bichinho para que fique bem forte.
Volto a insistir na sugestão de se inscreverem no The Write Practice. A equipa de lá está constantemente a trabalhar para nos ajudar, seja em que ocasião for. O Joe dava sempre óptimos conselhos nos «e-mails» que continham a ligação para submetermos a quantidade de palavras do dia. Vão por mim: vale mesmo a pena.
Este blogue foi criado no dia 4 de Abril de 2015, logo de madrugada, à uma e tal da manhã. De facto, não percebo por que razão não me ocorreu criar este cantinho mais cedo - bem como o outro, que nasceu em Novembro do mesmo ano - dado que descobri a minha paixão pela escrita por volta de Setembro de 2010. Na verdade, a ideia foi quase sugerida. Tinha visto algumas horas antes uma notícia sobre alguns bloguistas que tinham obtido uma estabilidade financeira a partir dos seus espaços digitais. Milhares de pessoas visitavam-nos sedentas de ler os seus conselhos e pensamentos sobre o quer que fosse: moda, vida pessoal, reflexões, entre outros. E eu percebi que também podia agarrar aquela oportunidade. Antes de continuar, gostava de esclarecer que a fama e o dinheiro nunca foram os motores principais da minha produção escrita. Acreditem que se o que eu quisesse mesmo muito fosse enriquecer, teria tentado a minha sorte no YouTube, que é um mundo com muito mais adeptos. Quem cria um blogue ou quer entrar noutra área do universo das palavras, não vai à procura de uma fortuna milionária. Pelo menos, este é o meu ponto de vista. Desejar e conseguir viver da escrita não é necessariamente a mesma coisa que nadar em dinheiro. É dificílimo ganhar o pão do mês escrevendo, quanto mais ficar podre de rico graças a isso. Fama também não se tem muita de certeza, pois «ninguém liga» aos escritores. Quem capta a atenção das grandes massas são os actores, os futebolistas, os cantores e, mais recentemente, os youtubers. Toda a gente sabe dizer o nome de um actor ou outro que tenha visto num filme, mas experimentem perguntar o/s do/s guionista/s. É bem provável que o vosso interlocutor não o saiba. E eu também não por muito que tente memorizá-lo quando começa a película, mas depois de a ver, a identidade do/s autor/es escapa-me. Não obstante tudo isto, é importante ressaltar que nem todos os elementos dos grupos acima mencionados são ricos e famosos e que muitos deles são bons nos seus campos sem o foco do holofote. Hoje em dia existe o estigma de que os youtubers, por exemplo, são todos uns preguiçosos com falta de massa cinzenta, que querem ganhar a vida a fazer parvoíces vazias. Não é inteiramente verdade, há youtubers de óptima qualidade que lutam com fervor pelo seu lugar e alguns já lá estão. Atribuir-lhes essa ideia de qualidade, bem como a qualquer outro tipo de entertainer, parte, claro, da óptica de cada um. Eu só disse que o YouTube é um bom sítio para enriquecer, uma vez que lá quase tudo pega com facilidade. Há canais de todos os géneros e mais alguns; contudo, não se conquista nada sem paixão nem dedicação genuínas, pelo que alguém que só se interesse pela futilidade de querer somente ser rico e famoso não chega muito longe. O público nota essa falsidade e desonestidade para com ele. Por muito palerma que o conteúdo de alguns entertainers seja, eles têm sucesso, porque demonstram paixão. É precisamente isso que eu pretendo pôr nos meus textos, visto que ser bloguista se assemelha a ser escritor. É uma forma de publicar o nosso trabalho, exige um compromisso com os leitores e abre a porta para aquilo que imensos produtores da arte das letras ambicionam: receber dinheiro para escrever. Mas querermos esse sonho não é errado desde que definamos com sensatez quem queremos entreter: nós próprios e o público ou apenas o nosso ego? Em suma, eu adoro ter blogues, porque são uma preparação para o salto com que sonho dar mais à frente na minha vida. Porém, mesmo que um dia esse desejo se concretize, os meus blogues nunca morrerão. Hoje em dia não quero outra coisa. Já ouvi dizer que o mundo editorial pode ser bastante duro, portanto, aqui terei sempre dois cantinhos à minha espera para eu usar e abusar da minha liberdade de expressão como tenho feito até ao momento. Porque escolhi o Sapo Blogs? Bem... calhou. Foi literalmente algo do estilo: «olha, vai este». E deixar o meu instinto decidir logo após ter pesquisado «blogs» no Google foi, sem dúvida, uma excelente escolha. Adoro esta comunidade, pois é muito dinâmica e unida, dando-me a oportunidade de contactar pessoas incríveis e fascinantes. Para além disso, é o máximo que a equipa da plataforma esteja constantemente a esforçar-se para tornar esta biblioteca cibernética num espaço cada vez mais diversificado e cómodo.
Sim, sim, já acabou por agora. Passem cá no dia 31 de Fevereiro de -39, que há mais.
Estou eu a olhar-me no espelho, A ver-me como se não fosse eu, O tipo mais estranho de quem recebo o conselho, Que não está seguro do que he seu.
Parece egocentrico o observador fixado, Mas só porque nunca se sente authentico, Pois não vê mais que um Eu ficcionado.
Como he estranho e interessante ver-me como um tu. Certamente, de onde aquelle veio, haverá sempre mais que um. Nunca he o mesmo tipo com quem me encontro. Todos os dias há um novo, cada vez mais distincto do outro.
He um comportamento narcisista este, que não pára. Como he fascinante o desconhecimento desta ave rara. He tão simples assim! A analyse do tipo que não cessa de olhar para mim.
Ontem estava eu a sonhar com a possibilidade de um dia vir a ser um bloguista ou um escritor conceituado e, o mais importante de tudo, inspirador. No entanto, logo a seguir ocorreu-me o lado negro dessa realidade, pois nesse patamar tudo é muito mais impessoal.
Quando pensamos em alguém cujo trabalho é admirado, lembramo-nos de como deve ser incrível a sensação de imensas pessoas dizerem-nos que as fazemos sentir melhor à nossa maneira, nem que seja por breves momentos, mas a realidade mais triste é que, dificilmente, o autor conseguirá agradecer-lhes bem, com o mesmo carinho, com toda a atenção que os fãs merecem.
Isto porque se estivermos a falar de alguém com uma quantidade de seguidores verdadeiramente colossal, percebemos que é impossível, para qualquer ser humano, entrar em contacto com milhares ou com milhões de admiradores individualmente. Tal deixa a sua marca de frustração. Pelo menos, eu sentir-me-ia assim.
Num espaço pequeno como esta plataforma de blogues é mais fácil, uma vez que, de acordo com o que eu tenho testemunhado, os comentários dos grandes blogues nunca passam da casa das dezenas, permitindo assim ao autor manter uma troca de ideias agradável e estimulante com quem o segue.
Isso é o máximo! Há lá melhor coisa que ter uma interacção mais directa com as pessoas em causa? Dizer-lhes: «agradeço-te imenso por me apoiares tanto. Acompanhares-me significa mesmo muito para mim e cada comentário teu ajuda-me a crescer mais um pouco. Eh, pá, a sério, obrigado.»
Como o entretenimento audiovisual tem mais adeptos, esta conversa não é possível quando se trata dos youtubers da ribalta. O Felipe Neto, por exemplo, recebe, de quando em vez, presentes dos seus fãs, os quais são dotados de uma criatividade extraordinária. É um prazer enorme ver do que é que excelentes mentes escondidas se lembram para agradar ao seu ídolo. E para além de agradecer, com intensidade, todo o apoio que recebe sempre que alcança uma nova conquista, esta estrela da internet também faz questão de mostrar uma profunda gratidão pelas prendas.
No entanto, o Felipe Neto não faz a mais pálida ideia de quem lhe enviou aquilo e embora a sua gratidão seja talvez sincera, eu creio que o desconhecimento da pessoa por trás daquele acto de carinho torna a situação mais impessoal e, portanto, também mais fria. Normalmente - agora abrangendo todas as grandes celebridades - estes influnciadores agradecem a um colectivo, pois não podem, através das câmaras, ser omniconscientes e ter noção de quem é cada indivíduo que os segue.
Aqui também é comum não termos uma ideia exacta de quem são os nossos subscritores; porém, só o facto de se apresentarem num número muito menor e de termos mais capacidade para assimilar os seus nome e fotografia - ainda que o primeiro possa ser falso e que quiçá o segundo nem sequer tenha características humanas - já fornece outro sabor à interacção com eles, outra profundidade. Eu defendo que este privilégio deve ser bastante valorizado.
No fundo, quase podemos dizer que o YouTube, por exemplo, é uma espécie de metrópole gigante como Nova Iorque onde os habitantes estão muito ocupados com a sua vida para terem conversas menos impessoais com a pessoa ao lado e que o Sapo Blogs é - não bem uma aldeia - mas sim uma pequena vila mais familiar, apesar de também existir alguma impessoalidade.
Há mais desvantagens em ser imensamente conceituado, tais como alguns fãs sem noção dos limites descobrirem o número de telemóvel do seu ídolo e ligarem-lhe. Imagino que seja deveras estranho atender alguém que nos adora, mas que nós não conhecemos e que possui o nosso contacto telefónico sem a nossa permissão. Outra dor de cabeça causa a imprensa - cor-de-rosa ou não - que corre atrás dos famosos mal os mesmos dão um passo.
Mas este já é o tópico da falta de privacidade, que não é o protagonista desta crónica.
Enfim, não é possível ter o melhor de dois mundos.
Na dança constante do bem e do mal, Tu decides o que te beneficia E o que he para ti letal.
Parece utopico ou talvez absurdo, Mas a vida corre-te mal, porque és surdo. Sem te aperceberes de como traças o teu rumo, Dás varios passos, todos elles com pés de chumbo.
Tu podes criar a tua realidade, O que vai, vem, Seja amor ou maldade.
Attenta nos teus parceiros de dança E também na choreographia, Acredites ou não, o que o teu juízo lança He o teu reflexo, que sempre te desafia.
Quando muda a tua percepção, Muda a criação. As pessôas e o que te acontece, A aprendizagem traz coisas bôas E o resultado da teimosia toda a gente conhece.
Dá aos passos a tua synchronização, He tão simples e complicado criar este equilibrio, Que pede a tua mão.
Nunca penses que te livras das setas, Pois á tua frente haverá sempre novas metas.
Porque escrevo? Não lhe reconheço razão exacta, Porque se não o fizer, não vale a pena ser na Terra Nem em lado nenhum.
Sei que preciso tanto de escrever como de existir. Qualquer outra criatura tem cinco sentidos para desenvolver E o escriptor tem o sexto na ponta da caneta.
Tactear com as palavras é passar para um estado metaphysico, Sem forma para se formar o que se quer. Os pensamentos e as emoções saem do corpo terrestre Para animarem outro no universo do outro lado do espelho, Que tudo tem igual ao d'este, mas com muito mais intensidade.
Escrever é fallar sem ser interrompido, É uma forma de estar sozinho, É meditação e tansformação. Não havendo desertos em branco para preencher, Não é possível mais caminhos percorrer. Um escriptor sem palavras é uma ave sem asas.
Esta vontade sedenta de querer produzir Me sai dos poros e me rebenta Por aquillo que também não quero construir. Assim ando pela poeira, que nunca assenta, Não vendo, não me mexendo, Não vivendo activo como gostaria e, congelado, Quase caio na apathia.
No mesmo terreno um diz que sim e outro diz que não E eu só oiço ruído sem direito a uma canção. Não os entendo e entre elles há ainda menos consenso. Passo, então, o dia tenso, cheio de frustração. Fica a machina estacionada e fria Á espera da proxima jornada, Que, vazia, talvez também veja desperdiçada.
Ora viva, bloguistas! Recentemente, fui convidado para publicar um texto da minha autoria no blogue Delito de Opinião. A crónica trata do que pode ser ou não um pontapé na língua portuguesa. Se tiverem curiosidade, dêem lá um saltinho.