Ocorreu-Me Hoje Que... (6)
... Oiço muita gente falar mal da robótica com medo de que um dia as máquinas nos subjuguem, mas o chocolate, que é também uma invenção humana, já fez o mesmo e ninguém se queixa disso. Há aqui uma embirração selectiva.
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... Oiço muita gente falar mal da robótica com medo de que um dia as máquinas nos subjuguem, mas o chocolate, que é também uma invenção humana, já fez o mesmo e ninguém se queixa disso. Há aqui uma embirração selectiva.
Não precisando do peso ancorado de pensar,
Apanho a leveza instantânea do sentir,
Que é pura e amorfa,
Sempre pronta a contar a verdade de mentir.
A história sem palavras é a que veio para vingar,
Partilha a imaginação de igual maneira
Sem obrigar o receptor, faminto de brincadeira,
A aceitar a verdade do contador.
As palavras aqui não importam,
Estragam o sabor com a sua arrogância de saber,
Assim, o deserto branco murcha
Sem desfrutar do que é viver.
Ora viva, bloguistas! Dedico este poema a uma música de infância que traz com ela todo um rolo de memórias. Ao contrário das minhas preferências habituais, esta não tem uma única palavra, mas a melodia revela toda a poeticidade desejada. É uma combinação perfeita de alegria, tristeza e calma - quase a mistura completa dos ingredientes que compõem as vidas de cada um - e é exactamente assim que eu a encaro: como o resumo de uma vida.
Encontrei-a há muitos anos num videojogo multijogador de nome RuneScape. A música em questão chama-se "Newbie Melody" e fazia (ou faz, não tenho a certeza) parte do grupo de melodias que iam passando para dar ambiente. No entanto, eu sempre senti muito mais que isso em relação a esta música em particular.
Tentarei não abusar das palavras, pois como já referi acima, creio que causam um efeito prejudicial neste caso. É como se a narrativa começasse com uma personagem bastante cansada, mas ao mesmo tempo com uma calma invejável, uma vez que sabe perfeitamente que as lutas exaustivas são essenciais ao crescimento pessoal. A meio, o ritmo muda para um registo mais mexido, indicando uma fase boa que subsistituiu a má anterior, contudo, entretanto, o/a protagonista cai abruptamente outra vez e o ciclo recomeça.
A música termina de uma maneira relaxante como se o/a herói/ína estivesse a ver as últimas réstias de luz e fechasse por fim os olhos com uma paz interior abundante e a sensação gratificante de um dever cumprido.
No fundo, é perfeitamente aplicável ao conceito de ser novo no jogo: muito para descobrir, muito bicho para enfrentar, progredir e algumas surpresas desagradáveis como morrer e ressuscitar sem nenhum dos itens caríssimos que tanto custaram obter.
Gostei muito de saborear uma nova experiência musical apesar de só ter começado a dar-lhe tanto valor uns bons dez anos depois da minha primeira personagem do RuneScape.
Se estiverem interessados, por favor, deixem a vossa interpretação nos comentários.