Ora viva! Recordam-se de na publicação anterior ter dito que quando tinha mais ou menos a idade do Estranhão, gostava de inventar coisas que ainda não existiam? Bom, na composição de preparação para o exame de Português do nono ano, escrevi sobre uma prancha voadora completamente «desenhada» por mim. Não sei se seria exequível segundo os cânones científicos, mas deixemos a imaginação fluir.
A prancha é metálica, mas não totalmente achatada, apenas o topo é plano para que seja possível assentar nele os pés. Neste devem existir ranhuras das quais saem argolas que sustentam o equilíbrio do/a utilizador/a, quando o/a mesmo/a empreender uma viagem a alta velocidade. Os intrumentos de auxílio são accionados por um comando de voz, o qual também orienta a velocidade, dando a possibilidade de a especificar. Em vez de dizer apenas: «pára», «acelera» e «abranda», quem usa a prancha pode também optar por: «mais/menos dez km/h», exemplificando.
Caso não haja pormenores, o objecto aumentará ou reduzirá cinco km/h.
O resto do corpo tem alguma altura de modo a acomodar espaço para fios, um motor, entre outros elementos necessários. As extremidades do objecto são bicudas por uma questão de facilidade de movimento rectilíneo.
Há um detector electrónico de anomalias na superfície da prancha, que se revela em forma de barra. Esta, por sua vez, expõe com cores a gravidade da situação - amarelo/ligeiro, laranja/grave, encarnado/muito grave. Enquanto estiver verde, ninguém precisa de se preocupar.
Assim que surge um inconveniente, um alarme trata de apitar. Se quisermos desligá-lo, só temos de pronunciar as seguintes palavras: «pára de apitar».
O desempenho do meio de transporte é alimentado e determinado por recipentes esféricos de electricidade. Há doze compartimentos adequados à forma das esferas. Quantas mais esferas tiver uma prancha, mais velocidade e capacidade de altitude possui.
Os recipentes devem ser carregados. O/a utilizador/a sabe que tem de os abastecer quando os ditos assinalarem pouca quantidade de energia numa barra electrónica dos 0 aos 100%.
Para colocar um novo fornecedor de combustível, há que retirar a tampa aparafusada do respectivo espaço.
Já alguma vez sentiram que determinada personagem foi exactamente feita à vossa imagem ou anda mesmo lá perto? Eu, no meu caso, já tive contacto com o meu sósia fictício, o Fred ou Frederico Sá, criado pelo referido senhor acima.
O Fred é um miúdo sobredotado de onze anos que luta diariamente com o facto de ser diferente, um estranhão, portanto. Adora ler, escrever e inventar coisas de que o mundo precisa e que ainda não existem. As duas primeiras são as minhas maiores paixões e quanto à última, também tive uma fase. Agora a cereja no topo do bolo - a Ciência consta na sua lista de interesses!
À excepção da idade e de ser sobredotado, o miúdo é a minha cara chapada!
O livro está repleto de reflexões incríveis e perfeitamente adaptadas à compreensão dos mais novos, o que é óptimo não só para os instruir, mas também para aprimorar o seu sentido crítico em relação ao mundo.
O Fred também possui uma imaginação arrebatadora, o que apaixona qualquer leitor. Eis a capa do livro:
Grandes, pequenos, Grossos e esguios, São sempre a menos, Tão deliciosos desafios.
Uma letra é um sabor ímpar, Esculpe a forma da obra, Mestre da manobra, É aquele que vê mais que água no mar.
Romance, fantasia, ficção científica, É facílimo perder-se, Seja ou não a preferência específica. Bendito seja o novo clássico artista Que ainda há-de conceber-se.
A imaginação chama-lhe um figo, Levo sempre um bom companheiro destes comigo, Pois transforma qualquer tamanho medonho, No mais emocionante sonho.
Ler desperta a inteligência E acerta a indecência. Haverá melhor remédio para a amargura, Que a grandiosa Literatura?